Noticia hoje a SIC:
- Letra graúda — em título, destaque, oráculo e mais houvera lá chegara:
- Ramos Horta felicita Bin Laden
- Letra média, em subtítulo:
- Primeiro‑ministro timorense chama "irmão" ao líder da Al‑Qaeda
- Letra assim‑assim, em “lide”:
- O primeiro‑ministro timorense enviou felicitações a Osama Bin Laden. Ramos‑Horta pede compaixão para com o líder da al‑Qaeda, a quem chamou "irmão".
- Letra miúda, no corpo de notícia, que “ninguém” lê:
- (…)«foram convidadas pela Rádio BBC a enviarem uma mensagem de Natal a uma individualidade. »(¶)« Ramos Horta escolheu Osama bin Laden. »(…):« destacou que todos os homens são "filhos do mesmo criador". »(…),« pediu ainda ao líder da organização terrorista que abandone o ódio e a violência»(…) e« explicou que escolheu Bin Laden com o objectivo de tentar "tocar na consciência" do líder terrorista»
Infelizmente não me foi possível encontrar o texto original no sítio da BBC, mas o corpo da notícia contém quanto baste para evendenciar as contradições:
- Enquanto “as gordas” sugerem que Ramos Horta terá dado Bin Laden como seu “irmão”, supondo‑se que em exclusividade e com enorme valor noticioso, afinal disse apenas a banalidade inane que «todos os homens são filhos do mesmo»…
- E tendo, segundo o texto, Ramos Horta tentado tocar na boa consciência (!) de Bin Laden e apelado a que este abandone o ódio e a violência — destaque conspícuo é dado à patente falsidade que Ramos‑Horta terá pedido compaixão para Bin Laden (e não a Bin Laden).
Já estávamos mal com jornalistas que escrevem como perfeitos imbecis. Ficamos pior com com jornalistas que escrevem como autênticos pulhas.
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