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A 2005-05-20

# Paragens em código

Contador de espera © John Laidlar

Após longos meses de funcionamento do sistema SIP da Carris (empresa operadora municipal de transportes públicos colectivos rodoviários urbanos de Lisboa), o qual nos informa por SMS da espera estimada dada uma paragem de autocarro, está finalmente disponível uma lista do código de cada paragem.

Imaginemos a situação: Estou em casa, em noite de chuva torrencial, de pantufas à lareira. A paragem fica a, vá lá, trezentos metros do meu prédio, e tenho realmente de apanhar o 41. O SIP permite­‑me saber via SMS (no conforto seco e quente de pantufas e lareira) quantos minutos faltam para a chegada estimada do próximo veículo. Terei apenas de enviar para o número 3599 a seguinte mensagem:

C 21212 41

, sendo "21212" o código da paragem e "41" a carreira pretendida (se esta for omitida receberei informação sobre os três próximos veículos, de qualquer carreira).

Mas, para saber o código da paragem, terei porém de trocar as pantufas por galochas, meter­‑me à chuva, e discortinar o dito (tão ergonómico, na sua mão­‑cheia ou meia dúzia de algarismos), auto­‑colado na bandeira da paragem. Claro que, mais molha menos molha, cedo ou tarde saberei os códigos das paragens que uso com frequência. Ficam a faltar as outras…

Mas, finalmente, alguém com poder de decisão na Carris (alguém que certamente não anda de autocarro, ou teria notado bem mais cedo…) percebeu que, sem a divulgação de uma lista de paragens com o respectivo código, o sistema SIP perde muito da sua potencial utilidade. E foi então divulgada a lista.

E como é? Será uma tabela HTML com abundante informação sobre cada paragem, com as carreiras que lá param e a sua localização precisa? Um interface SIG com «todas as paragens num raio de 200 m do ponto do mapa onde clicar»? Um folheto a cores em papel couché de boa gramagem (como tantos que a Carris edita), com a dita lista e um mapa de pequena escala, para levar no bolso e consultar a la carte, disponível em todos os quiosques e também em PDF? A ubiquificação dos códigos de paragens, mencionando­‑os em “espinhas”, mapas e horários de carreiras?…

Nada disso: Temos um singelo ficheiro de Microsoft Excel 97, completo com 686 kB, falta de intermodalidade de formato informático, risco de infecção por vírus de scripting, e ainda ordenação desestruturada dos registos — que estão separados por carreira (em vez de agrupados por paragem), tornando a consulta pouco prática para o utilizador­‑passageiro.

(O ficheiro Excel foi enternecedoramente gravado in media res, com a célula activa num ponto incaracterístico da folha, uma tabela de carreira seleccionada, e zume a 75%. Por outro lado, falta uma chave mestra, a formatação da células é inestética e de má leitura, e a pré­‑formatação para impressão é inadequada, cortando as tabelas verticalmente.)

Querem criar uma tabela HTML a partir destes dados, senhores da Wiz? Pois façam assim: Numa célula de uma coluna à parte, p.ex. na F6, escrever:

=IF(AND(A6<>"";LEFT(A6)<="9");IF(OR(A5<>A6;B5<>B6);IF(LEN(F5)=0;"";"</dl>")&"<h2>Carreira "&A6&" ("&IF(LEFT(B6;5)="circ.";"";"sentido")&" "&B6&")</h2><dl>";"")&"<dt>Paragem "&E6&"</dt><dd>"&C6&"</dd>"&IF(C6=D6;"";"<dd>"&D6&"</dd>");IF(E5="";"";"</dl>"))

e copiar esta fórmula em toda a coluna (exceptuanto a primeira célula, F1). Depois é só copiar toda a coluna F e colá­‑la numa página HTML. Repita­‑se, ordenando por paragem e carreira (colunas C‑E‑A, manter linha­‑cabeçalho), com a seguinte fórmula (na célula G6, e depois copiar para toda a coluna, excepto para G1):

=IF(AND(A6<>"";LEFT(A6)<="9");IF(E5<>E6;IF(LEN(F5)=0;"";"</ul></dd></dl>")&"<h2>Paragem "&E6&" ("&C6&")</h2><dl><dt>Localiza&#231;&#227;o: </dt><dd> "&D6&"</dd><dt>Carreiras: </dt><dd><ul>";"<li>"&A6&" ("&B6&")</li>");IF(LEFT(A5)<="9";"</ul></dd></dl>";""))

(É possível alindar a coisa com um CSS à maneira, mas deixo isso para os profissionais do design… (Hâ, como se!…) Quanto às inconsistências dos dados, tais como paragens sem carreira (p.ex., a 00206) e nomes diferentes para a mesma coisa ("Az. Cidade" ≠ "Az. da Cidade"?!), culpai a Carris.)

Em páginas HTML, ao contrário de no famigerado ficheiro Excel, a informação é pesquisável remotamente (p. ex., pelo Google), integra­‑se estética e prática­‑mente no restante sítio da Carris, e é visualizável em plataforma browser sem problemas de segurança (o ficheiro Excel pode ser bloqueado, e ainda bem, por firewall de empresa ou de cíber­‑café).

Apesar de tudo…: Como passageiro frequente da Carris e utilizador ocasional do SIP, espero que seja o primeiro passo, bem inepto, nesta caminhada atrasada e lenta. De caminho, relembremos que

  • cada consulta ao SIP custa 0,30 € cobrados imediatamente, mesmo quando a resposta vem demasiado tarde (há casos de mais de uma hora!) ou diz apenas «Serviço indisponível»;
  • os dados fornecidos pelo SIP raramente coincidem com os do SAEIP, nem mesmo grosseiramente;
  • o SIP não cobre ainda toda a rede de paragens da Carris (de notar a ausência de códigos para quatro paragens listadas na referida folha de Excel — carreiras 10, 14, 17 e 35 — e para os terminais do ascensor e dos funiculares, ainda que estes sejam mencionados em título…)
(Enfim, a Carris não fica atrás do Público enquanto alvo para miradas zarolhas.)

às 14:48, por Zarolho

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