Este blogue é da responsabilidade de um lisboeta com frequência universitária (Biologia), ex‑jornalista actualmente trabalhando na área informática.
Isto e tudo o mais ou será óbvio, ou irrelevante. (Vd. manifesto.)
IBSN:
O jornal de ontem (Público 5532: 47, 2005.05.18) traz na última página uma promoção aos seus fascículos de (autoproclamada) culinária chique Cozinha País a País.
Os títulos, da colecção e de cada volume, são invulgarmente férteis em diacríticos, mormente marcando esdrúxulas: terreno propício tanto para criatividade tipográfica como para escorregadelas. Bem ao jeito de artiste que os modernos tipógrafos se (e nos) habituaram, não faltam aqui nem esses nem aquelas.
Assim, temos na lombada (e ver acima, enquanto a imagem estiver disponível!) um desnecessário "Perú", por "Peru". Nas capas, a “coisa” piora: Não só falam os competentes diacríticos em "India", "Russia" e "Colombia" (ainda que não falhando em "México", "Tailândia", "Itália", "Escandinávia", "Grécia" e, claro!, "França"), como os encontramos mais uma vez em excesso em, pasme‑se, "Egípto". (E ainda faltam mais sete capas!)
Não escondo a minha admiração pelo bom‑gosto e eficácia comunicacional posta na manipulação fotográfica e tipográfica dos elementos culinários (e até do imaginário vigente sobre cada país e sua cozinha!): O til de "Japão", delicadamente seguro por um par de “pauzinhos”, está magistral!
Mas a qualidade atingida neste campo, e o cuidado investido que revela, contrastam de forma preocupante com o nível literalmente primário destes tantos erros ortográficos. Quem os criou, quem os ignorou, quem os tolerou? E por quê?
às 23:47, por Zarolho
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