Este blogue é da responsabilidade de um lisboeta com frequência universitária (Biologia), ex‑jornalista actualmente trabalhando na área informática.
Isto e tudo o mais ou será óbvio, ou irrelevante. (Vd. manifesto.)
IBSN:
Quando, ainda no “consulado” lisboeta de Abecassis, se lançou a ideia de mobiliário urbano para suporte exclusivo de publicidade, houve protestos contra a futilidade da medida, quando contrastada com riscos e necessidades.
Para acalmar estes protestos garantiu‑se que apenas uma face dos ditos suportes teria publicidade, sendo a outra guarnecida de um mapa de arruamentos, tão útil nesta cidade de turistas e forasteiros. Estávamos em 1985…
Sabemos o que sucedeu a esta promessa: Apenas uma minoria dos suportes inaugurados à época chegou a mostrar os tais mapas, tendo os restantes, tal como tudo quanto foi inaugurado desde então (postes com bandeiras, abrigos de paragem de autocarro, mupis) publicidade em ambas as faces.
Esta publicidade é mudada com frequência — quinzenal, semanal, mesmo diária —, a que for ditada pelo calendário dos eventos de marketing. Os mapas, esses, foram ficando, fazendo‑se obsoletos à medida que a cidade muda.
Actualmente temos à escolha dois modelos: Um de 1991, outro de 1985. Nestes falta o Eixo Norte‑Sul, a Av. Lusíada, a ponte Vasco da Gama, todas as estações de metro posteriores ao prolongamento a Alvalade, Sete Rios e Entre‑Campos, todas as transversais à direita de quem segue na Av. Gago Coutinho rumo ao Relógio, e os “arrabaldes” de Belém, Telheiras, Benfica e (claro!) Oriente.
Por outro lado, a Av. Infante D. Henrique é mostrada ainda como um traçado virtual, e somos recordados de estações ferroviárias já desaparecidas: Rego, Laranjeiras, Cruz da Pedra, Torre de Belém e Pedrouços. Para nostalgia dos lisboetas e confusão dos visitantes.
Mas, se quem manda “nisto” não se detém com “picuinhices” como isso de actualizar mapas (que consabidamente é coisa que «só dá confusão — não se meta nisso, homem!»), não é porém insensível às exigências do design no mobiliário urbano, marca de uma vibrante metrópole europeia.
Assim, em 2005, muitos destes suportes (ainda que não mostrassem sinal de detrioração — prove o contrário quem puder) foram substituídos por novo modelo. Os mapas, antigos de 20 anos, foram criteriosamente recolocados, e mantêm‑se em uso e à vista, testemunhos de uma memória esquecida.
às 21:05, por Zarolho
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