Um blogue de pequenas causas.
Este blogue é da responsabilidade de um lisboeta com frequência universitária (Biologia), ex‑jornalista actualmente trabalhando na área informática.
Isto e tudo o mais ou será óbvio, ou irrelevante. (Vd. manifesto.)
IBSN:
Chegou‑me há dias, na enxurrada de lixo vinda da cloaca em que o correio electrónico recentemente se transformou (num fenómeno em nada inocente…), a missiva que cito abaixo. (Não será necessário enfatizar que se trata de uma mensagem de natureza comercial não solicitada por mim.) O tema em referência, suculento e prometedor, era: «Peço desculpas pelo incomodo, mas é assunto sério.» Como se vê:
O meu nome é Luis Conceição e trabalho na áreadas telecomunicações VoIP inteligente, gostaria de lhe dizer que até 2010, 70%das telecomunicações globais vão migrar para internet (Telefone VoIP), comotal procuro em todo o mundo parceiros de negocio nesta área, assunto sério combons ganhos. Por favor somente pessoas interessadas e com visão de negocio,abstenham-se os curiosos... Candidaturas em http://www.mycallvoip.com
My name is LuisConceição and work in the area of intelligent the VoIP telecommunications, wouldlike saying to it that up to 2010, 70% of the global telecommunications they goto change for InterNet (VoIP Telephone), as such looks in the wholeworld partners of negotiates in this area, serious subject with goodprofits. Please interested people and with vision of only I negotiate,abstain the curious ones... Candidacies in http://www.mycallvoip.com
Obrigado... Thanks
Luis Conceição
De notar a prosa enxuta e sintomática de raciocínio arguto, a precisão tipográfica a prometer rigor técnico, a lisura da ortografia espelhando mais‑valias sócio‑culturais, enfim, a escorreita tradução que assim garante a proverbial lança na estranja.
E é este tipo de escroque, maloio mas manhoso, que epitomiza para tantos (e que tais!) o “empreendedor” com “visão” que “salvará” Portugal. E o sistema que estes apadrinha (e a cujas ineptas mãos perecerá) desbarata em simultâneo gemas em bruto — todos aqueles casos que conhecemos de gente brilhante mas “mal empregada” — tomados talvez por curiosos de pouca confiança…
às 17:44, por Zarolho
Em terra de cegos, quem tem olho às vezes safa‑se. Eis que, na passada segunda‑feira, o Diário de Notícias chega ao número 50000. Numa singela homenagem, este Zarolho faz notar o seguinte:
Enfim, nada mau. No entanto, na pág. 38 do número 50001 — como que para voltar ao normal depois de uma edição cuidada a marcar a efeméride —, temos a palavra *fachismo, assim, sem aspas, grafada com "ch". (Obrigado a DC por me avisar desta!)
às 15:52, por Zarolho
No átrio da Gare do Oriente, em Lisboa, a Caminho organiza uma feira de “títulos em fim de edição” (edições próprias e de outras editoras) com genuínas pechinchas. Até dia 12 de Março. Das 09:00 às 23:00. Livros, só livros. Em monte. Com preços de um só algarismo. Bons e maus livros, sobre mesas a abarrotar. Não há autógrafos, ministros, ou portos d’honra. É mesmo livros. É uma feira a sério.
às 16:44, por Zarolho
Ainda sobre eleições, eis ideia original e positiva:
Voltámos a notar que eleitores de diversas faixas etárias preferem horas do dia diferentes: Que os mais idosos votam mais cedo, maioritariamente de manhã, enquanto os mais jovens preferem deixar o voto para mais tarde.
Onde quer que haja mais que uma secção de voto, estas dividem‑se por gamas de número de eleitor: Desde os números mais baixos na 1ª secção de voto até números mais altos na última secção de voto.
Ora, uma vez que os números de eleitor são atribuídos sequencialmente, a maioria deles é proporcional à idade do eleitor (com excepção dos escassos re‑recenseados por mudança de residência para outra freguesia).
Isto causa uma assimetria de afluência, que muda diacronicamente ao logo do dia eleitoral: De manhã enchem as secções de voto dos números baixos, enquanto que nas restantes se atende uma dúzia de eleitores por hora; à tarde esta situação inverte‑se.
Para evitar este fenómeno, e tendo em conta que a constituição das mesas e das equipas de escrutínio se reverte de uma necessária rigidez e formalismo que desaconselha a transferência paulatina de pessoal de onde sobre para onde falte, proponho o seguinte:
Em vez de atribuir a cada secção de voto uma porção de eleitores definida por gamas dos respectivos números, proponho dividi‑los por terminação dos mesmos. Assm, onde houver duas mesas, em vez de se atender na primeira os números altos e na segunda os baixos, atenda‑se na na primeira os pares e na segunda os ímpares. Et c.
Valorize‑se a organização das secções de voto em números múltiplos ou divisores de 10 (nomeadamente 2, 5, 10 ou secções de voto) e, intui empiricamente este zarolho, as vantagens em fluxo de votantes compensarão as dificuldades em preparar cadernos eleitorais emparelhados e encaminhar votantes confundidos.
às 21:59, por Zarolho
A pessoa que mais contribuiu para fomentar a insegurança, a ignorância e os maus hábitos dos utilizadores do computador foi contratada para combater a “iliteracia digital” na Europa.
Enquanto isso, noutro lugar, as versões mais recentes do Outlook Express™ já não apresentam a funcionalidade view source, as extensões de nome para tipos de ficheiros conhecidos continuam a vir implicitamente escondidas, e o clipe falante continua a ser um inútil dispêndio de recursos.
às 15:03, por Zarolho
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